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Arquitetura Baixa Renda: Quando a qualidade espacial deixará de ser luxo e se tornará uma arquitetur

  • Ariela Souza Brito
  • 3 de abr. de 2017
  • 2 min de leitura

Fonte: CBN Londrina

O processo de planejamento urbano tem como desafio trabalhar harmoniosamente as relações entre os diversos sistemas que compõe o tecido urbano. O arquiteto e urbanista analisa e projeta ambientes visando qualidade dos ocupantes mediante as articulações da cidade ao longo de sua existência, suas modificações e permanecias, majoritariamente o enfoque é em quem utilizará o espaço.

A criação de projetos de baixa renda, no Brasil, tem seu histórico cercado de inconstâncias. Muitas obras não apresentam compatibilidade em relação a condição real da topografia, localização, instalações e do conforto ambiental. Proporcionar espaços dignos ao ocupante torna-se segundo plano quando posto em comparação ao valor da obra. Ao mesmo tempo em jornais e revistas voltados a projetos, ocasionalmente surgem matérias relacionadas a propostas de baixo custo, tratando essa produção como algo louvável no meio arquitetônico.

A política de habitação brasileira surgiu em um momento de necessidade social, na qual a realidade do país era de acelerada urbanização e crescimento populacional. Com isso, teve-se início a construção de habitações em áreas periféricas e sem condições básicas de infraestrutura para essas locações. No entanto, mesmo com a percepção das consequências de planejamentos errôneos, décadas depois continua-se tratando habitações de baixo custo de forma periférica e pouco qualitativa.

Fonte: Folha de Londrina

Casos insatisfatórios de construções de baixa renda são recorrentes na atualidade brasileira. Em Londrina, o Residencial Vista Bela - um dos maiores produtos nacionais do "Minha Casa, Minha Vida" do Governo Federal - quando entregado no ano de 2011 não era composto por infraestruturas básicas para vivência (escolas, posto de saúde, comércio) e foi construído em longa distância de outros bairros que possuem. Após 4 anos de sua implantação foi construído um posto de saúde e até o primeiro semestre de 2016 ainda não havia iniciado a construção de escolas no bairro. Durante esse período de falha em infraestrutura os habitantes do Residencial Vista Bela precisavam se deslocar para outros bairros para obter acesso a esses serviços, vale ressaltar a falta preparação dessas estruturas para atender uma demanda maior de usuários.

Fonte: Marcos Zanutto

Nomear a arquitetura de interesse social como um segmento isolado do trabalho arquitetônico o conduz a segregação mascarada e origina uma condição de endeusamento a quem à produz com propriedade quando, de fato, essa deveria obrigatoriamente ser a condição de existência de uma construção.

O arquiteto atua diretamente nos diferentes aspectos que geram o valor de um espaço. Portanto, construir favelas horizontalizadas, atualmente, é tamanha irresponsabilidade profissional de quem as planeja. Como pesquisador e constante influenciador do ambiente social, tem-se como obrigação a construção acessível do conforto ao ocupante, independente das circunstâncias iniciais de projeto. Adaptar-se as condições necessárias é algo essencial e independente do projeto.

Referências:

http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/14.162/4964

http://www.archdaily.com.br/br/805107/favela-rica-favela-pobre-as-desigualdades-nas-baixas-rendas-de-sao-paulo

 
 
 

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