Filarmônica de Paris: Os planos do solido determinados pela música
- Raquel Palmeira Gonçalves
- 22 de mar. de 2017
- 2 min de leitura
Implantada entre o centro de paris e sua área suburbana, o intuito da obra era trazer a música para as pessoas, e também trazer as pessoas para essa área da cidade não muito favorecida de instalações culturais, se comparado com o resto da cidade. Elaborada em 2008 por Jean Nouvel e equipe, a obra foi aberta ao público em janeiro de 2015.
A ideia da filarmônica de Paris se iniciou em uma espécie de concurso entre diversos escritórios, tendo como parâmetro inicial as expressões de interesse deixando claro o desejo por um ambiente distinto dos teatros/auditórios convencionais.
O projeto vencedor, elaborado Jean Nouvel e equipe, tomou partido do parâmetro inicial e estabeleceu como base que o ambiente deveria balancear as energias acústicas tardias e precoces por meio do alinhamento de duas câmaras de audiência, sendo uma nomeada como intima e outra de volume acústico maior.
As ideais de Nouvel tomaram forma com a ajuda de um especialista em acústica, Marshal, que em meio à troca projetual declarou que concilia as formas antigas com as novas tecnologias trabalhando com a possibilidade de diversos arranjos musicais. Sendo assim, a gama de parâmetros acústicos aumentou e para que tivesse um desempenho satisfatório seu interior surge a partir de formas sinuosas que só pelo seu formato nos remete a música, ao movimento de ondas.
O primeiro estágio que concretizou a presença da forma paramétrica foi o rastreamento do raio das ondas sonoras, mapeado a partir do alcance almejado. O estudo do raio das ondas permitiu manipular o nível de energia em relação ao som direto, a relação com o campo reverberante e, o mais importante, o ângulo de chegada do som no ouvinte.

A obra só desempenha a forma que designaram a ela por causa do grande número de pessoas que integraram a equipe de Nouvel, essa tendo um caráter interdisciplinar com engenheiros, cientistas e músicos. As nuvens e fitas maciças da composição apresentam a conciliação entre a linguagem arquitetônica e os estudos de acústica executados.
O edifício se destaca pela sua forma que transmite leveza por meio de suas curvas, que permeiam todas suas fachadas, ao mesmo tempo não deixando de ser imponente e ousado. Ao conhecer o espaço interno fica clara a musicalidade dos ritmos impressos na sua forma arquitetônica e que seus fundamentos não são somente estéticos.
Após sua “conclusão” seu desempenho acústico foi confirmado pelos musicos e audiência, marcando a arquitetura paramétrica como elemento de possível potenciação da acústica se bem trabalhada. Apesar do bom retorno da crítica Jean acredita que essa foi entregue muito cedo, ainda não estando finalizada.
Referências:
http:// https://www.acoustics.asn.au/conference_proceedings/.../p169.pdf
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